terça-feira, 7 de abril de 2020

Ani, a cidade das 1001 igrejas


Olá, gente boa, meus leitores queridos. 
Tenho acompanhado as estatísticas do blog, como sempre, e elas são as melhores. Quero agradecer pela presença. :D
Achei esse lugar especial e queria mostrar aqui. Um lugar que foi de muitos reinos e hoje é uma região turca. Uma postagem longa, pois a história do local é fascinante. Vamos lá!

Ani, a cidade das 1001 igrejas

Ani pertenceu à muitos reinos e impérios ao longo dos séculos. Dos bizantinos aos otomanos, a cidade já abrigou milhares de pessoas, tornando-se um centro cultural e de poder regional sob a dinastia armênia bagrátida medieval. Hoje, é uma cidade fantasmagórica e abandonada.
Sozinha em um platô nas longínquas terras do nordeste da Turquia. As suas muitas ruínas se desfazem no vento há mais de 90 anos. essa região marca a fronteira entre a Turquia e a Armênia.
Das muralhas de Ani se tem uma vista panorâmica das ruínas que englobam trezentos anos e cinco impérios - incluindo os armênios, bizantinos, turcos, georgianos e otomanos. O platô Ani foi cedido à Rússia quando o Império Otomano foi derrotado na Guerra Russo-Turca de 1877-78. Após o início da Primeira Guerra Mundial, os otomanos lutaram para recuperar o nordeste da Anatólia e, apesar de terem recuperado Ani e a área circundante, a região foi entregue à recém-formada República da Armênia. O local mudou de mãos pela última vez depois que a nascente República Turca o capturou durante a ofensiva oriental de 1920 na Guerra da Independência da Turquia, que fechou oficialmente sua fronteira terrestre com a Armênia em 1993, em resposta a um conflito territorial entre a Armênia e o aliado da Turquia, o Azerbaijão.




Os historiadores são os únicos que levantam a bandeira pela importância de Ani como um elo da história medieval da região, que hoje está quase esquecida e, por causa disso, a cidade foi inscrita como Patrimônio Mundial da UNESCO em 2016 por apresentar uma visão compreensiva dessa ligação arquitetônica medieval, com muitos exemplos e de épocas variadas.
Durante o apogeu do século 11, estima-se que a população de Ani alcançou até 100.000 pessoas. Descobertas arqueológicas do local mostram um movimentado centro medieval repleto de residências, oficinas de artesanato e igrejas impressionantes espalhadas pela região.
Os governantes armênios e os comerciantes da cidade financiaram um número admirável de locais de culto, projetados pelos melhores mestres da arte e arquitetura de várias épocas. Apesar de ser conhecida como "A cidade das 1001 igrejas", não há evidências desse número - os arqueólogos descobriram cerca de pelo menos 40 igrejas, capelas e mausoléus até o momento.




















As igrejas de Ani vislumbram agora a cidade abandonada. Elas colapsaram em um terremoto em 1319 e, séculos depois, outro terremoto completaria mais das demolições, mas, mesmo assim suas ruínas ainda se impõem na paisagem. A mais imponente, foi construída sob o reinado do rei armênio Gagik I, quando a riqueza e a população de Ani estavam no auge. Ela foi um feito arquitetônico impressionante quando foi construída. Apresentava 19 arcos e uma cúpula, todos feitos de basalto vulcânico marrom-avermelhado local.
A igreja também abrigava um fragmento da Verdadeira Cruz, sobre o qual Jesus foi crucificado. Atualmente ela é uma igreja de um lado só. 





Uma reconstrução 3D da igreja.

Outras igrejas importantes situam-se em Ani. Uma igreja construída no final do século 10, a Igreja de São Gregório dos Abughamrents, é um exemplo. Ela tem 12 lados, estóica, com uma cúpula esculpida com arcadas cegas: arcos que servem apenas para embelezar ao invés de levar a um portal. No início de 1900, foi descoberto um mausoléu enterrado sob o lado norte da igreja, provavelmente contendo os restos do patrono da igreja, o príncipe Grigor Pahlavuni e seus parentes. Infelizmente, como muitos dos locais em Ani, o sepulcro do príncipe foi saqueado na década de 1990. Restos de pinturas que retratam cenas da vida de Cristo e São Gregório, o Iluminador. Afrescos não costumavam aparecer na arte armênia da época, levando os estudiosos a acreditar que os artistas eram provavelmente georgianos









 








 


 




 







há também em Ani uma série de cavernas escavadas na rocha, que alguns historiadores especulam que podem ser anteriores a Ani. As cavernas são algumas vezes descritas como a "cidade subterrânea" de Ani e os sinais apontam para seu uso como túmulos e igrejas. No início do século XX, algumas dessas cavernas ainda eram usadas como habitações.


























O barranco existente em Ani separa a Turquia e a Armênia e em 1215, o então controlador reino da Geórgia concedeu Ani como feudo a uma linhagem de governantes armênios, os zakarianos. Durante o inverno, as igreja solitárias oferecem uma visão impressionante das intermináveis ​​estepes armênias cobertas de neve ao longe.








Em Ani tem até um minarete islâmico que ainda está de pé e suas antigas muralha.
A mesquita de Manuchihr, que também está à beira do penhasco. Ela foi construída no final dos anos 1000 e teve adições dos séculos XII ou XIII. Alguns afirmam que o edifício já serviu de palácio para a dinastia armênia Bagratid e só mais tarde foi convertido em mesquita. Outros argumentam que a estrutura foi construída como uma mesquita desde o início e, portanto, foi a primeira mesquita turca na Anatólia. Quatro elegantes janelas da mesquita exibem vistas espetaculares do rio e do outro lado do desfiladeiro.
Já as muralhas da cidade de Ani foram construídas no século X pela família de reis Bagrátides. Foram construídas para fortalecer a fronteira e, ao longo dos séculos, protegeram também os ocupantes da cidade dos vários cercos e ataques de vários exércitos ao longo de sua existência. Essas muralhas, junto com os habitantes de Ani, testemunharam conflitos sangrentos entre os Bagrátides e os Bizantinos, e os Bizantinos e os Seljuks. As ruínas também representam muitos períodos nos quais a cidade viu uma notável de culturas, religiões e motivos artísticos/arquitetônicos.




























http://www.bbc.com/travel/story/20160309-the-empire-the-world-forgot

https://en.wikipedia.org/wiki/Ani

http://virtualani.org/

https://dimitrastasinopoulou.smugmug.com/

https://www.theatlantic.com/photo/2014/01/the-ancient-ghost-city-of-ani/100668/

https://traveltoeat.com/abandoned-armenian-city-of-ani-in-turkey-2/

https://www.ancient-origins.net/ancient-places-asia/sacred-ghost-town-ani-city-1001-churches-deserted-man-destroyed-nature-008435

https://www.aa.com.tr/en/culture-and-art/ancient-city-of-ani-helps-link-turkey-georgia-envoy/1223399

http://www.panarmenian.net/m/eng/photoset/7222

https://yomadic.com/ani-abandoned-city-turkey-armenia/

3 comentários:

TOP 10 - POSTAGENS MAIS POPULARES DO MÊS